terça-feira, 16 de dezembro de 2014

1,2,3,4 #1: Zé Assumpção (Verônica Não Veio)

Nova sessão deste sítio internético, o 1,2,3,4 (no melhor estilo ramoniano, ou ramonense), nada mais é (e será) do que uma entrevista de 4 perguntas, com gente bacana, bonita e descolada, que de quando em vez ganhará as linhas do Curitiba Lado B. 

O ponta pé inicial no 1,2,3,4 acontece aqui, agora e logo abaixo, com Zé Assumpção, baixista da banda Verônica Não Veio (Brasília/DF), que deu um rolê por Curitiba nas últimas semanas. E nós trocamos uma ideia com o cara. 

Verônica Não Veio

(A Verônica Não Veio começou em 2012, e tem Guilherme Lopes (guitarra e vocais), Johnny (bateria), Rafael Brito (vocal) e o já citado Zé Assumpção em sua formação. Em 2013, os rapazes gravaram um EP em 2013, com 3 faixas oficiais. Atualmente, seguem trabalhando no mesmo EP, lançado em junho deste ano, e que foi gravado por Gustavo Halfeld, guitarrista da Cassino Supernova.)

1. Como você define o momento da cena em Brasília?

R.: Estamos aos poucos saindo de um coma, e respirando por aparelhos. Brasília viveu um momento praticamente morto na cena, principalmente na transição de 2013 para 2014. Não pela falta de bandas, mas por um desinteresse de movimentação, por ambos os lados: o público, que deixou de ter interesse em pagar por um som desconhecido, dando preferência às festas de bandas covers; e as poucas casas de show, para não levarem prejuízo, foram obrigadas a eliminar gradualmente noites autorais, a ponto de termos pubs que sustentam sua agenda apenas com covers. Em meio a isso, as bandas foram se desmotivando a ir atrás de espaço, até perceberem que a coisa só funcionaria no “faça você mesmo”. O que a gente vê crescendo nos últimos meses é isso: os grupos começaram a perceber que precisam apoiar uns aos outros pra fazer acontecer (sendo que há muito ainda pra acontecer para se comparar a efervescência de outrora). Nessa onda dá pra destacar nomes promissores, como Rios Voadores e Cores Raras, ou na linha mais alternativa a Alarmes, com quem já dividimos palco. Apesar das dificuldades, tem muita música de qualidade acontecendo.

2. Em 2014, algumas bandas como Boogarins e Wannabe Jalva, tocaram em grandes festivais na gringa, e também conseguiram lançar seus trabalhos por selos no exterior – muito embora no Brasil a “grande mídia” ainda seja um espaço fechado para elas. Você enxerga, de fato, uma tendência no mercado estrangeiro ser uma válvula de escapa para as bandas nacionais desse padrão, ou foram meras exceções?

R.: Acredito que esses sejam casos isolados. Não é de hoje que uma, ou outra, banda nacional é “pescada” pelos ouvidos de fora, não há muita regra pra isso, é quase como que contar com a sorte. Fazemos rock em português, o primeiro público que queremos atingir com isso é por ordem o brasileiro. Conseguir ou não, depende mais do nosso trabalho. Se for parar na gringa, ótimo. Mas o foco é aqui e exemplos não faltam de bandas consolidadas que não precisam da “grande mídia” pra se sustentar.

3. O que você procurava em Curitiba? Algum som aqui te chama atenção?

R.: Curitiba tem uma cena de rock bastante forte, e é uma cidade que, assim como Brasília, tem uma certa reputação nacional nesse sentido. Muitas casas de show, muita oportunidade, muitas bandas boas de estilos diversos lançadas pro cenário nacional, de Relespública , a Sugar Kane, à Banda Mais Bonita da Cidade, e artistas solo como o Leo Fressato, que é de Brasília mas se criou aqui (em Curitiba). Algumas bandas de Brasília, a exemplo da Scalene (fizeram show em solo curitibano, no último sábado - 13), têm buscado esse público e nos parece muito natural passar a tocar aí, ver como a galera reage. Além disso, dois de nós temos família no Sul, então rola uma identificação natural com o som da região e vontade de participar da cena. E tivemos uma surpresa bem agradável recentemente ao entrar em contato com a rádio Mundo Livre FM para divulgar nosso EP e descobrir que já tocaram nossas músicas por aqui. Ficamos bem felizes de saber que a galera curtiu e com mais vontade ainda de levar a banda pra tocar na cidade.

4. O que a Verônica Não Veio planeja para 2015?

R.: De 2012 até o nosso primeiro show completo, que foi no primeiro semestre desse ano, nossa maior preocupação foi em compor repertório, objetivo que cumprimos bem em 2014. A nossa maior vontade agora é transformar essas músicas em um álbum cheio, talvez com mais um EP surgindo antes disso, tudo até o segundo semestre. Conseguimos realizar vários shows bacanas em 2014 também, e pretendemos expandir isso no ano que vem. Quem sabe pinte nosso primeiro show fora de Brasília em Curitiba? Vontade pra viajar por aqui pra tocar é o que não falta!

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