Ainda que nos dias de hoje a
galera tenha como reduto alternativo de Curitiba, em termos gerais, as quadras
do São Francisco e arredores, em tempos não tão distantes assim, o dito “underground”
da cidade começava a ser movimentado em outros espaços. A Avenida Vicente
Machado, por exemplo, foi um destes pontos de partida. E esta semana, um dos
mais tradicionais redutos da noite alternativa da cidade, com endereço
justamente na “Vicente”, completa o seu décimo quinto aniversário.
Durante esta uma década e
meia de existência, o James passou por diversas transformações, tanto do ponto
de vista estrutural, quanto do seu próprio público. Mas digamos que a essência
da coisa segue a mesma, e não por menos, havia de se comemorar os 15 anos de
história. Para tanto, o James organizou uma programação especial que teve
início nesta quarta-feira (4/12), e contou com a participação de um senhor
chamado... Marky Ramone.
Não há como pensar no punk
sem falar em Ramones, não há como citar a lendária cena do CBGB sem falar em
Ramones, não há como tratar de música no século XX sem falar em Ramones. E a
partir do momento em que um Ramone, em carne e osso, notável por usar e abusar
das baquetas na banda, pinta no pedaço, o mesmo não passa despercebido.
Durante a tarde Marky conversou com alguns devotos... |
Horas antes do evento que
teria Marky em seu DJ set, o James promoveu uma coletiva de imprensa com o mais
polêmico integrante da lendária banda de Nova York. Bastante solícito e bem
humorado, Marky falou de sua rotina, projetos, de música brasileira e, é claro,
dos Ramones. As brigas com Dee Dee, a representatividade da banda que estampa
milhares de camisetas de pessoas que sequer ouvem Ramones (segundo Marky, antes uma camiseta dos Ramones
do que uma com a foto do Justin Bieber, ou do Justin Timberlake), a forte relação
da banda com a América do Sul, dentre outras questões envolvendo o quarteto que
atravessa gerações, ganharam as considerações de Marky.
Um pouco depois, na Quarta
Rock – a festa propriamente dita – do James, Marky causou frisson ao atacar de
DJ, e mandar na lata dos presentes alguns dos hinos “ramonianos”. No set houve
ainda espaço para outras pérolas e gêneros, mas tudo sob o comando da cabeleira
mais vistosa do punk estadunidense – depois, é claro, da Debbie Harry.
... E durante a noite quebrou tudo na Quarta Rock de 15 anos do James (fotografia: Filipe Almeida) |
Comemorações em alto estilo,
portanto, não estão faltando ao baile de debutante do James. Ali, no endereço
de sempre, ensinando muita gente a ouvir coisa boa, e apresentando uma faceta
no mínimo diferente de Curitiba. E com um pouco de sorte você cola lá e, ainda,
tromba com um... Ramone.