sexta-feira, 13 de abril de 2012

Entrevista com Fábio Elias (Relespública)




Seja na viola, seja na guitarra, com chapéu de caubói ou trajado a la mod, fato é que Fabio Elias nunca deixou de estar na boca do povo. Líder da Relespública, e recentemente tendo enveredado para uma carreira solo no meio sertanejo, o irreverente músico concedeu uma entrevista exclusiva para o Curitiba Lado B. Fãs, estilos musicais, a cena local, enfim, Fábio Elias soltou o verbo, nas linhas que você pode conferir logo abaixo.

"Queríamos que o público nos valorizasse em casa. A gente conseguiu e acho que com alguma coisinha a gente contribuiu para essa cidade super careta mudar um pouco." Fábio Elias

Quem é Fabio Elias?
Um cantor, compositor, instrumentista e inquieto por natureza. Um cara que ama a música e a liberdade. Um homem do bem.

Através da Relespública você já teve a oportunidade de trabalhar com renomados músicos, a exemplo de Samuel Rosa e Nasi. Como foram essas experiências?
Não só eles, mas Eduardo Dusek, Milton Guedes, maestro Jota Moraes, Roger Moreira, Roberto Frejat e tantos outros que fizeram com que nos tornássemos artistas mais experientes, abertos e menos limitados.

Algumas imagens para o DVD da Relespública foram gravadas em 2009, mas só agora o DVD será lançado. O que realmente aconteceu?
Nós gravamos mas ninguém se interessou na época em lançá-lo. Éramos considerados banda "velha" pelos 21 anos de estrada percorridos na raça e ninguém se interessou mesmo. Então decidimos segurá-lo e darmos um tempo na banda; tirar umas férias. Quando a banda voltasse, tentaríamos lançar esse material e é o que está acontecendo.

Fábio Elias chegando para mais uma entrevista
Foto: Rádio Música Curitibana
Não é novidade para ninguém que viver de "rock" em Curitiba não é algo fácil. Logo, muitas das nossas melhores bandas acabam rumando pra outras cidades, na busca pelo sucesso, e pelo devido reconhecimento. No entanto, não é raro ver bandas sair daqui e, mesmo em grandes centros, não conseguir "vencer" na carreira. A Relespública, por sua vez, não precisou sair de Curitiba para ser reconhecida a nível nacional. Como funciona isso tudo?
Viver de rock poucas bandas vivem, não só em Curitiba, mas em São Paulo ou outras cidades também. Todas precisam de investimento, o que muitas vezes não acontece, infelizmente. No rock, não existem tantos empresários investindo em produção e tudo mais, como existe em ritmos mais populares como sertanejo e pagode. É raro ver uma banda com estrutura no rock daqui, como vemos lá fora. Aqui o músico de rock tem que carregar caixas, montar luzes, parafusar, martelar, remendar cabos... é muito tosco. A Relespública só não saiu daqui de Curitiba por falta de grana mesmo. Quando tínhamos 18 anos, não existia nada de investimento. Zero mesmo! Era pura diversão e vivíamos a sonhar em um dia tocar num palco que não caísse ou não desse choque. Então não saímos de Curitiba porque também queríamos mudar o mundo (o nosso mundo). Queríamos que o público nos valorizasse em casa. A gente conseguiu e acho que com alguma coisinha a gente contribuiu para essa cidade super careta mudar um pouco.

Durante o tempo longe da Relespública, você manteve contato com o Moon e o Ricardo? 
A gente tirou férias e eu fui pra estrada. Rodei mais de 80 mil km pelo país em busca de trabalho e divulgar meu outro lado compositor. Não via o Moon, não via o Ricardo, não via minha família... não via nada além de estrada, rádios, hotéis e o GPS do meu carro. Como diz o título da música do Pena Branca & Xavantinho, fui "eu, a viola e Deus". Mas sempre que podia, mandava mensagens de feliz aniversário, feliz Natal, feliz Ano Novo, etc...

Como foi a decisão de entrar em férias com a banda?
Depois de 21 anos juntos, sem parar pra nada, foi necessário dar um tempo, no nosso caso. Se não parássemos, a Relespública acabaria de vez. Quando pintou o convite para eu gravar sertanejo, pelo produtor do Zezé Di Camargo, liguei na hora pros meus irmãos e então voltei pra Curitiba. Fizemos uma reunião e decidimos dar um tempo nos trabalhos. Sábia decisão dos três! O clima estava pesado e desgantante há algum tempo... A melhor coisa a fazer era parar e voltar com saudades, como fizemos.

O que, de fato, sua fase em carreira solo lhe agregou?
Muita coisa legal. Abriu minha mente para muitas coisas. Aprendi muito nessa estrada toda em 2 anos rodando, gravando, divulgando, cantando, tocando com músicos feras (muitos deles roqueiros precisando pagar as contas), conhecendo um Brasil que muitas bandas de rock não conseguem conhecer. Um povo humilde e injustiçado, mas nem por isso infeliz. Aprendi que não devemos reclamar de nada nessa vida. Tendo uma viola, uma cachaça e uns amigos, tudo se resolve!

Foto: Jornale.com.br
Por que o Fabio Elias resolveu voltar para o rock? E se você espera a mesma adesão do público como era antes?
Meu primeiro instrumento que aprendi a "pontear" foi a viola, aos 4 anos de idade. Sempre estive em contato com a música sertaneja, o vanerão, CTG's, etc... Mas fiquei conhecido tocando Rock na banda que formei com meus amigos, a Relespública. A verdade é que muita gente que curte rock, passou a curtir por rebeldia e pra sair do interior e vir para os grandes centros, estudar, morar, enfim. Não consigo imaginar alguém que "só ouça rock" ou "só ouça sertanejo" ou isso ou aquilo. O próprio rock veio da música caipira americana. Então é a maior besteira esse papo de um falar mal do outro. Mas muita gente curte perder tempo com isso, fazer o quê? Quanto ao público, quem é fã de verdade não tá nem aí! Querem é ver a Relespública no palco de novo, mandando ver naquilo que melhor sabemos fazer. Muita gente que me xingou, hoje quer ser meu amigo no Facebook! (risos) O que importa é que "eu nunca saí do rock", nem "virei sertanejo". Sou um artista e faço o que quiser com música e graças a Deus não sou limitado e nem guardo rancor de nada nessa vida super curtinha...

A Relespública já possui planos para um futuro próximo? 
Sim! Lançar o DVD "Antes do Fim do Mundo", e se o mundo não acabar, lançar outro cd de inéditas, que estou com ele pronto na cabeça!

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11 comentários:

  1. Bah, matou a pau ein!
    Grande amigo e grande musico!

    Abrax e Sucesso!

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  2. O Fábio é um artista sem precedentes, vive música, vive o que faz e merece o respeito de todos. Para aqueles que carregam a bandeira do rock e vem com o discurso, nunca virei a casaca é pura mentira, não se vira a casaca no esporte 'música' o que se faz e navegar por outros mares dantes nunca navegados, as vezes vc pode se deparar com uma tempestade, as as vezes vc pode se deparar com uma ilha abandonada pela civilização mas lotada de prazeres únicos que se vc tivesse ficado ali no barquinhodo rocknroll jamais conheceria. Issae Fabião, vc continua sendo o Fábio Elias e isso não tem preço!

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  3. É muito bom não ser limitado e ter coragem para sair dos rótulos, ou ser embalado em vários deles, sem medo de ser feliz! Sucesso...

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  4. A volta da maior banda independente do Brasil!! yess!!!
    RELES! RELES! RELES!!

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  5. Fábio é um divisor de águas na cena musical contemporânea ...e uma grande oportunidade dessa cena amadurecer tendo contato próximo com essa rica experiência que ele tem a coragem de viver...

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  6. O Fábio Elias não passa de um traidor. Não conseguiu o dinheiro com o sertanejo e voltou ao rock

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    1. To contigo cara! Pensou que ia se forrar de ganhar dinheiro e agora tá aí!!! Vai ter que voltar pra onde nunca devia ter saido

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    2. Cresci, e vou morrer no Rock,um cara q nem Fábio Elias deixou de ser confiável. Ouvirei suas músicas mas sempre com opé atras.

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  7. Parabéns meu amigo! Quem te conhece sabe quem é Fábio Elias, pra cima deles, vamos ver a mídia Curitibana apoiando a Relespublica que já faz parte do acervo cultural da nossa cidade!!!!!

    Rods

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  8. Pow aqui em SP, curtimos demais esses caras !!!! não vejo a hora de pegar um show e curtir !!!

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